COORDENADORA DO SUBCOMITÉ DA SARPCCO DEFENDE CAPACITAÇÃO DE MULHERES E MENINAS PARA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA BASEADA NO GÉNERO

19/09/2025 || 11:10:43


A Coordenadora e Presidente do Subcomité da Rede de Mulheres Polícia da Organização Regional da África Austral para a Cooperação de Chefes de Polícia (SARPCCO), Everjoyce Ndove, defendeu, nesta quinta-feira, 18 de Setembro de 2025, a importância da formação e capacitação contínua de mulheres e meninas como mecanismo de reforço na prevenção da violência baseada no género (VBG).

A posição foi apresentada durante o seminário sobre a “Integração da Perspectiva da Resolução 1325: Mulheres, Paz e Segurança”, promovido pela Rede Mulher Polícia de Angola (REMPA), que decorre no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais “Osvaldo de Jesus Serra Van-Dúnem”, com o objectivo de aprofundar conhecimentos e promover a partilha de experiências.

No seu prelecto sobre “Atendimento às Vítimas de Violência Baseada no Género”, Ndove sublinhou que a violência de género corresponde a qualquer dano infligido a uma pessoa em função do seu género, abrangendo violência física, emocional e sexual, e manifestando-se em diversas formas, como violência doméstica, abuso sexual, tráfico de pessoas, mutilação genital feminina e casamento forçado.

A especialista destacou, igualmente, a relevância da capacitação de mulheres e meninas em áreas como liderança, educação, acesso a bolsas de estudo, microcrédito, saúde, empreendedorismo, advocacia e projectos de desenvolvimento comunitário. Para a oradora, estas iniciativas são fundamentais para a promoção da igualdade de género, o fortalecimento da autonomia feminina e a melhoria do bem-estar social.

Ao abordar os impactos da VBG, a responsável apontou consequências físicas, como lesões, incapacidade e até morte; psicológicas, incluindo depressão, ansiedade e perturbação de stress pós-traumático; bem como sociais, traduzidas em estigmatização, isolamento e exclusão. Defendeu, por isso, o reforço da parceria entre a polícia, serviços de apoio e organizações comunitárias como resposta eficaz ao fenómeno.

Na sua intervenção final, Everjoyce Ndove salientou que a capacitação das sobreviventes exige uma abordagem multifacetada, assente na implementação da Resolução 1325, no investimento em serviços sensíveis ao trauma, na adopção de protocolos com enfoque de género e na promoção de práticas policiais responsáveis. Apelou, igualmente, às forças de segurança e aos decisores políticos para que priorizem estratégias capazes de garantir um ambiente seguro e de apoio a todas as vítimas de violência baseada no género, reforçando a qualidade do atendimento prestado pelos efectivos da polícia.

O evento ficou ainda marcado por dinâmicas de grupo realizadas com o propósito de espelhar a realidade do atendimento às vítimas. Os participantes contribuíram com ideias e recomendações voltadas para a melhoria da resposta institucional e para a prestação de um serviço de qualidade às vítimas de violência baseada no género.