A manutenção da ordem e da tranquilidade pública em Quiculungo tem nome, voz e rosto de Deolinda Manuel Diogo de Melo, a Superintendente, que assume o cargo de Delegada do Ministério do Interior e Comandante Municipal da Polícia Nacional, no Quiculungo, Província do Cuanza-Norte. Diz que se considera “homem e não uma mulher” por conta da sua atitude e que esta transformação veio da Polícia Nacional.
No âmbito “Março Mulher”, a imprensa da Polícia destaca o percurso da mulher que tem responsabilidade de velar pela segurança e manutenção da ordem pública naquele território, localizado nas “Terras da Porcelana”. A Comandante Deolinda Manuel Diogo de Melo é efectivo da Corporação desde 1994 e considera-se, hoje, uma mulher forte nas suas convicções.
Conta que entrou na Corporação através de uma comunicação verbal de um amigo, sobre o preenchimento de vagas, no Comando provincial a 14 de Abril de 1994, na cidade do Dondo, município de Cambambe, província do Cuanza-Norte, um período que ainda reinava a guerra civil em Angola. “Na altura, o país estava mergulhado na guerra e havia poucos efectivos da Polícia, então decidi juntar-me à Corporação Policial e realizar também o meu sonho de ser Polícia”, contou a interlocutora, que tem como inspiração os Comandantes: Escurinho, Paulo e Cafundanga.
“Agora, com este cargo de Delegada do Interior e Comandante Municipal da Polícia Nacional, tenho responsabilidades acrescidas. Mas, o meu sonho é continuar a seguir em frente, quem sabe amanhã venho a ser Comandante-Geral, ou 2º Comandante-Geral da Polícia Nacional e assim irei sentir-me realizada”, frisou a Comandante Municipal da Polícia Nacional, no Quiculungo.
A Superintendente diz que se inspira na actual Conselheira do Comandante-Geral, Comissário-chefe, Elizabeth Ranque Franque, por “ser uma mulher com garra” e revela que uma das suas grandes memórias na Corporação, tem à ver com o dia em que começou a trabalhar na especialidade de trânsito, a sua grande paixão. “Quando entro para a Polícia Nacional em 1995, participei numa formação para Polícia de Ordem Pública, na ex-Escola da Polícia, Capolo-1, onde após o meu regresso, fui colocada na Unidade de Trânsito, como Agente Reguladora de Trânsito, o que para mim foi um grande acontecimento porque sempre tive essa paixão de regular o trânsito automóvel”, contou.
“A PROMOÇÃO DO GÉNERO AINDA É UMA GOTA NO OCEANO”
Comentando sobre a promoção do género na Corporação, a Comandante Municipal da Polícia Nacional, no Quiculungo, diz que “ainda é uma gota no oceano”. “Falta a indicação dos chefes para a elevação de mais mulheres aos cargos de chefia. Mas é importante também dizer que nós as mulheres devemos mostrar mais trabalho, competência e transmitir segurança aos nossos chefes”, observou a Comandante, que, por outro lado, faz um apelo às suas colegas, no sentido de se pré-disponibilizarem mais, em relação ao cumprimento das missões.
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