Foi debaixo de um Land Cruiser, vulgo ‘patrulheiro’, que encontrámos, numa manhã de quarta-feira de sol ardente, Eunícia a ajustar o macaco durante uma sessão de troca de pneu, no vasto espaço onde funciona a área dos Transportes do Comando da Polícia de Guarda Fronteiras de Angola (PGFA), em Luanda. À volta, estão várias viaturas, quase todas elas pesadas. O domínio dos ‘gigantes’ Urais é evidente. O frenesim ‘respira’ Mecânica. Há um ‘desafio’ de ruídos entre o roncar de viaturas e o barulho de batimentos de peças. Este é o mundo profissional de Eunícia, a jovem mulher que tem prazer em mexer motores de carros.
De seu nome próprio Eunícia Panzo Bula, a 3º Subchefe é um rosto conhecido nos corredores da PGFA, não apenas por se distinguir nos trabalhos de Mecânica, mas, também, pela regularidade no serviço e a simpatia com que interage com os colegas.
Enquanto fluía a conversa com a nossa equipa de reportagem, Eunícia não larga em nenhum momento as chaves de roda que tem na mão, tampouco interrompe a manutenção que a encontrámos a fazer numa das viaturas policiais.
“As pessoas ficam com muita curiosidade quando me vêem a arranjar uma viatura, admiram quando vêem uma mulher lidar com motores. Eu gosto de abrir e fechar motores. Fico muito entusiasmada quando preparo carros policiais para viagens ou para outras actividades. Amo a minha profissão”, declara, com simpatia no rosto, a mulher que veste fato-macaco e calça botas de serviço.
A paixão pela Mecânica foi desenvolvida ainda em tenra idade, nas rotinas de acompanhamento ao pai: “Sempre que o meu pai fosse fazer manutenção da sua viatura, eu o acompanhava e apreciava os trabalhos dos mecânicos”.
Rendida à profissão, Eunícia Panzo Bula foi atrás do sonho. Os primeiros passos de aprendizagem da Mecânica foram dados numa oficina localizada no Espelho da Terra Nova, bairro luandense que a viu nascer. Na oficina, conheceu o mestre Salu, sua fonte de inspiração.
Já com conhecimentos básicos de Mecânica, Eunícia viu as portas das Forças Armadas Angolanas serem-lhe abertas. Nas FAA, a mulher que sonha ser Engenheira Mecânica aperfeiçoou a profissão. A Polícia de Guarda Fronteiras foi a paragem seguinte. E, aqui, manteve-se de ‘pedra e cal’ na Mecânica, enquadrada no Departamento dos Transportes, há sete anos.
A Subchefe Eunícia Panzo Bula é mãe de cinco filhos, e sabe diferenciar e conciliar os contextos em que está nas vestes de ‘fronteiriça’ com o papel de mãe, esposa e cidadã. “Quando estou a trabalhar, coloco-me no lugar de uma verdadeira castrense, de uma mulher mecânica. Mas, quando estou na vida civil, sou aquela mulher vaidosa, cuido dos meus bebés e do meu esposo, divirto-me com responsabilidade. Gosto de estar ao lado dos que me amam”, realça a mulher que adora um bom funje de muamba de galinha e que tem simpatia pelo Petro de Luanda.
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