Dulcineia Manuela do Rosário, de 36 anos, colocada na Unidade de Aviação da Polícia Nacional de Angola (PNA), é a única mulher piloto que tripula os aviões da Corporação com paixão.
A Chefe da Secção da Acção Psicológica da Unidade de Aviação, Intendente - Dulcineia do Rosário, que falava à imprensa da Polícia, no âmbito do "Março Mulher", contou que, ingressou nas fileiras da Corporação no dia 21 de Setembro de 2007, através de um concurso público realizado na época, que o permitiu frequentar o curso básico de Polícia, que foi denominado o curso das "Oitocentas", pelo facto de ingressar um número de mulheres jamais visto.
De lembranças e lembranças, assim caminhava a entrevista, a única mulher piloto na Polícia, que avançou que, após o termino da formação de Polícia, foi colocada no antigo Comando de Helicóptero, actual Unidade de Aviação, foi posteriormente submetida a testes psicotécnicos realizados na Força Aérea Nacional, onde foi seleccionada num universo de vários homens a frequentar o curso de Aviação Civil na Agência de Viação Brasileira, na República Federativa do Brasil, curso este que durou três anos, e concluiu com êxito.
A amante de aviões, expressou a sensação de pilotar pela primeira um voo "o meu primeiro voo, achei que fosse panorâmico, na altura ainda em formação no Brasil, saímos, mas pensei que fosse para ver a cidade do alto, afinal era o meu primeiro voo, depois que aterramos dirigi-me para o gabinete do Director e disse-lhe que queria desistir do curso e que não era a minha vocação, o Director olhou para mim e disse, se as outras mulheres conseguiram tu também consegues, daí continuei a fazer a formação e com o passar do tempo fui ganhando coragem, hoje estou aqui", confidenciou a Oficial Superior.
O primeiro voo em solo angolano, Dulcineia do Rosário falou-nos que, foi para o Município de Icolo e Bengo, para acudir uma situação de saúde pública, em Cacharadanda, arredores da vila da Muxima, levei médicos e logística.
"Neste dia fiz três voos e no último tive que abastecer no Cuanza-Sul, quando o Comandante da Unidade de Aviação que na altura estava comigo, pediu-me para avançar, como era uma rota nova e mesmo com o GPS, tive aquele frio na barriga e houve uma dada altura que achei que estávamos perdidos, até que chegamos na zona de Bom-Jesus, senti-me aliviada e disse, estamos em casa", recordou a interlocutora.
Questionada se tem algum ritual antes de tripular um helicóptero, seguramente respondeu que não, e disse "o piloto deve sempre descansar bastante um dia antes do voo, não consumir álcool, verificar o plano de voo e no dia da viagem, chegar cedo, averiguar tudo de novo, sendo que qualquer erro em pilotagem é fatal, então não se deve baixar a guarda", aconselhou a única mulher Piloto na Polícia.
Orgulhosa pelo percurso, a Intendente Dulcineia do Rosário sublinhou que, ser Polícia representa um orgulho e faz dela a mulher que é hoje. "A Polícia para mim representa tudo, fez-me a mulher que sou hoje. Para mim é um orgulho muito grande ser Polícia", afirmou.
Assunto que também foi trazido a conversa foi a questão da valorização do género na Corporação, que para a nossa entrevistada, a situação já está bem melhor que antes, uma vez que já se tem cumprido com as orientações baixadas pelo Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, relativamente à necessidade de se elevar o género nos cargos de chefia.
Ao terminar, a Piloto, Dulcineia do Rosário aconselhou a nova geração de Polícia, maior dedicação e profissionalismo no exercício das actividades. "É importante ingressarem na Corporação com espírito patriótico e não pelo salário. Finalizou a única mulher Piloto na Polícia Nacional.
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